Você é um big shot na empresa onde trabalha, tem
credibilidade, opiniões fortes e pouca paciência. Ou seja, um executivo comum.
Em todas as conversas, reuniões, etc., posiciona-se de maneira contundente e
definitiva, com ou sem razão. No começo, as pessoas argumentam, mas com as tuas
reações fortes, muitas vezes coléricas, ou com teus olhares de desprezo, com o
tempo, mesmo os mais inteligentes, preparados e fluídos na comunicação, começam
a achar que o esforço não vale mais a pena. Retraem-se. Essa retração te
permite falar qualquer bobagem, agora não apenas achando que está impondo tua
visão, mas com a certeza de que está 100% correto. Sempre. Afinal, ninguém tem
nem argumentos para rebater. É o que te parece. Quanto mais essas situações
acontecem, mais reforço você tem de que está sempre certo. Novos entrantes
(pessoas novas na equipe, pessoas novas de outras equipes, fornecedores novos,
e assim por diante) desavisados tentam fazer a coisa certa uma ou duas vezes,
mas, agora com mais certeza ainda de que não erra, tuas atitudes os apagam
também.
Se te pedirem para contar
a história da tua vida como líder, admitirá que sempre foi forte e incisivo,
mas sempre pensando no bem dos resultados e da equipe, e terá a certeza de que
a equipe o respeita e admira, e que foi desenvolvida como nunca. Se alguém da
tua equipe for questionado sobre você, ficará confuso, pois ainda tem medo e
não aprendeu a falar o que pensa. Quando esta pessoa for ao mercado tentar a
sorte, e seu preparo e suas qualificações forem realmente testados, aí sim virá
o verdadeiro feedback do tipo de
líder que você é. A questão é que este feedback
indireto nunca (ou raríssimamente) chega até você. Não se preocupe, tua farsa
está bem protegida dos outros, e de você mesmo.
Então, ouso dar algumas
dicas caso você não queira intencionalmente se encaixar neste perfil tão comum:
Não confunda, por favor, força com
covardia. Destruir a opinião alheia não significa que a tua é boa, nem que você
é forte. Significa que você é um covarde. Na verdade mesmo, burro, pois está
deixando de aproveitar muita coisa boa que, acredite se quiser, as outras
pessoas têm para oferecer.
Quando alguém que ficou muito tempo sob (ênfase no sob) tua liderança sair, por vontade própria ou não, tente acompanhar o que vai acontecer nos primeiros três ou quatro meses pós-você. Não se assuste, por favor.
Se tua equipe andar muito quieta ultimamente, isso provavelmente não é um sinal de que há algo errado com a equipe (como você provavelmente interpretará), mas de que há algo errado com a tua liderança.
Se por algum motivo você achar que a vida é assim mesmo, que essas dicas não servem para nada e que isso é coisa de gente fraca, pelo menos, pelamordedeus, não olhe para o teu povo pensando “caramba, que gente mais sem iniciativa”. Aí já é demais, até para você.
Quando alguém que ficou muito tempo sob (ênfase no sob) tua liderança sair, por vontade própria ou não, tente acompanhar o que vai acontecer nos primeiros três ou quatro meses pós-você. Não se assuste, por favor.
Se tua equipe andar muito quieta ultimamente, isso provavelmente não é um sinal de que há algo errado com a equipe (como você provavelmente interpretará), mas de que há algo errado com a tua liderança.
Se por algum motivo você achar que a vida é assim mesmo, que essas dicas não servem para nada e que isso é coisa de gente fraca, pelo menos, pelamordedeus, não olhe para o teu povo pensando “caramba, que gente mais sem iniciativa”. Aí já é demais, até para você.
Nem sempre o silêncio vale ouro.